Muito Cuidado com Eles


 Aquele fim de semana prolongado em Mairiporã tinha sido bem divertido.
Um dos meus amigos que não via a tempos mora num condomínio próximo à cidade e foram dias de porres intermináveis com muito Heavy Metal. Na última noite, havia um pessoal e a balada foi até as tantas.

Todos de ressaca no domingo. Acordei com uma sensação esquisita, uma mistura de tristeza com pressentimento ruim, com angustia. Mas não dei muita importância e procurei me distrair achando que isso era efeito da ressaca.
Passei um fim de tarde bem tranqüilo com muito sol e piscina, “sem bebida alcoólica”, mas aquela sensação ficou comigo o dia todo e não entendia o motivo.

À noite voltei para São Paulo e quando fui me deitar começou o terror...

Não conseguia pegar no sono e comecei a ver uma faísca perto de mim e prestando mais atenção, vi que era a brasa de um cigarro. Tinha um cara fumando do meu lado. Era um sujeito pardo, com umas vestes simples e não estava sozinho. Tentei não dar atenção, tentando compreender se não estava sonhando acordado.

Virei-me para o outro lado e vi mais pessoas, uns caras baderneiros e mal encarados. Levantei rapidamente e acendi a luz meio assustado. Mas continuei achando que se tratava de uma forte imaginação.

Resolvi tomar uma ducha e depois voltei a me deitar e em alguns minutos eles voltaram e um deles me disse, “a gente só quer se divertir um pouco, e bem longe do Pai”. E começou a me faltar o ar, senti um aperto no pescoço, ouvi uma risada baixinha bem perto de mim, era como um sussurro, uma voz cruel, perecia um bicho, uma coisa do inferno mesmo.

Levantei-me numa só, desesperado, ofegante. Nunca senti tanto medo na vida. A sorte é que meu irmão me socorreu.
Ele conhece coisas deste assunto e tomou algumas ações que resolveram o problema. Não vou contar como foi porque não quero abordar o assunto de religião.

Mas da verdade, todos precisam saber...

Nunca se exceda nos prazeres da vida. Existe um limite pelo qual não se deve passar, o controle passa a não ser mais seu. Os vampirizadores estão por toda parte e precisam sustentar seus vícios. Mas a coisa não é simples assim, existe uma organização que os controla, uma força do mal, que quer dominar o mundo. Eles ficam na porta dos bares, nos pontos de droga, nos prostíbulos, nas orgias. Uma pessoa vulnerável é facilmente dominada e passa a servi-los. Vampirizadores sugam as sensações de prazer, dilaceram a alma e escravizam.

Muito cuidado com eles.

Fernanda Alves - São Paulo - SP


 

Relatos P2
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